O nome "Jana" é uma corruptela de Diana, a deusa romana da caça e das florestas, assimilada às deusas gregas Ártemis, Hécate e Selene.
Em História Noturna: decifrando o Sabá, o historiador Carlo Ginzburg refere-se a uma vasta série de confissões de supostas feiticeiras dos séculos X ao XIV e mesmo posteriores que, interrogadas por padres e inquisidores, afirmavam participar em êxtase de vôos noturnos na companhia de uma misteriosa divindade feminina, chamada, conforme a época ou região, de Diana, Fortuna, Richella (de "riqueza"), Abúndia (de "abundância"), Sácia (de "saciar") e Bensozia (Boa Sócia). Eram sinais de um resistente culto pré-cristão da fertilidade que ele chama de "religião diânica".
Na Idade Média, os inquisidores da Igreja Católica freqüentemente classificaram como "culto de Diana" várias aparentes sobrevivências de cultos e superstições pagãs e chamou as "bruxas" que as praticavam de "dianas". Usou a deusa romana e a princesa judia como fio condutor para orientar-se no labirinto das crença locais. Camponeses de várias partes da Europa latina deram-lhes ouvidos, identificando com Diana ou "Jana" tradições locais sobre espíritos femininos de diferentes origens, misturando e reinventando crenças e lendas. Mas nomes alternativos sobreviveram em alguns lugares - como "Sácia", transformada em Xácia no galego.
As janas e suas equivalentes em outros países freqüentemente estão associadas a rocas de fiar e outros instrumentos de tecelagem, o que as aproxima do conceito original das fadas, enquanto deusas do destino resultantes da popularização do antigo conceito mitológico das Fatae, Parcas ou Moiras que tecem o destino humano.
Em Portugal, há várias localidades associadas às janas e que em algum momento foram tidos como habitados por elas, como a Ribeira de Janas, que é um distrito de Lisboa e Janas, vilarejo próximo de Sintra, na Estremadura.
Nas localidades de Caratão-Mação e do Sardoal, as janas são mulheres de baixa estatura, invisíveis, fiando um linho muito fino e sem nós. Acredita-se que, se deixar na lareira o linho acompanhado de dádivas - pão e vinho - este linho será fiado pelas janas durante a noite.
No Algarve, são chamadas jãs ou jans, e também se crê que se se colocar um pedaço de linho juntamente com um bolo, ao pé de uma lareira, no dia seguinte o linho estará tão fino como um fio de cabelo.
No noroeste da Espanha, nas Astúrias e na Galiza (onde o "x" geralmente corresponde ao "j" português), são chamadas xanas nas línguas e dialetos locais, ou janas em castelhano. São descritas como belas mulheres loiras e de olhos azuis, que vivem nos rios das montanhas, fontes e grutas e passam a maior parte do tempo a se pentear com pentes de ouro. São bondosas como os que as ajudam, mas rancorosas e vingativas com os que invadem seus domínios.
Também são encontradas a lavar roupa. Enquanto esperam que a roupa seque, dedicam-se a cantar e dançar. Outras vezes, são vistas fiando e todos os seus instrumentos, tesouras, fuso e roca são de ouro, assim como as meadas com as quais trabalham. Estendem os fios à luz da lua para que o primeiro raio de sol os converta em ouro.
Às vezes, as xanas trocam os bebês de alguma mãe por um de seus xanines ou xaninas (janines, em castelhano) para que este ou esta receba o batismo e seja amamentado por sua mãe adotiva.
Os nomes de xácia ou sácia são também conhecidos na Galiza para designar o mesmo tipo de entidade. Segundo uma lenda da Ribeira Sacra, curso d´água perto de Monforte de Lemos, um pescador encontrou uma xácia, bela e formosíssima e esta lhe disse que, se a batizasse, ela se desencantaria e se casaria com ele. O casamento realizou-se, mas a xácia acabou por aborrecer-se, abandonou o marido e voltou às profundidades do rio, onde seus parentes a despedaçaram por ter-se feito cristã.
Em História Noturna: decifrando o Sabá, o historiador Carlo Ginzburg refere-se a uma vasta série de confissões de supostas feiticeiras dos séculos X ao XIV e mesmo posteriores que, interrogadas por padres e inquisidores, afirmavam participar em êxtase de vôos noturnos na companhia de uma misteriosa divindade feminina, chamada, conforme a época ou região, de Diana, Fortuna, Richella (de "riqueza"), Abúndia (de "abundância"), Sácia (de "saciar") e Bensozia (Boa Sócia). Eram sinais de um resistente culto pré-cristão da fertilidade que ele chama de "religião diânica".
Na Idade Média, os inquisidores da Igreja Católica freqüentemente classificaram como "culto de Diana" várias aparentes sobrevivências de cultos e superstições pagãs e chamou as "bruxas" que as praticavam de "dianas". Usou a deusa romana e a princesa judia como fio condutor para orientar-se no labirinto das crença locais. Camponeses de várias partes da Europa latina deram-lhes ouvidos, identificando com Diana ou "Jana" tradições locais sobre espíritos femininos de diferentes origens, misturando e reinventando crenças e lendas. Mas nomes alternativos sobreviveram em alguns lugares - como "Sácia", transformada em Xácia no galego.
As janas e suas equivalentes em outros países freqüentemente estão associadas a rocas de fiar e outros instrumentos de tecelagem, o que as aproxima do conceito original das fadas, enquanto deusas do destino resultantes da popularização do antigo conceito mitológico das Fatae, Parcas ou Moiras que tecem o destino humano.
Em Portugal, há várias localidades associadas às janas e que em algum momento foram tidos como habitados por elas, como a Ribeira de Janas, que é um distrito de Lisboa e Janas, vilarejo próximo de Sintra, na Estremadura.
Nas localidades de Caratão-Mação e do Sardoal, as janas são mulheres de baixa estatura, invisíveis, fiando um linho muito fino e sem nós. Acredita-se que, se deixar na lareira o linho acompanhado de dádivas - pão e vinho - este linho será fiado pelas janas durante a noite.
No Algarve, são chamadas jãs ou jans, e também se crê que se se colocar um pedaço de linho juntamente com um bolo, ao pé de uma lareira, no dia seguinte o linho estará tão fino como um fio de cabelo.
No noroeste da Espanha, nas Astúrias e na Galiza (onde o "x" geralmente corresponde ao "j" português), são chamadas xanas nas línguas e dialetos locais, ou janas em castelhano. São descritas como belas mulheres loiras e de olhos azuis, que vivem nos rios das montanhas, fontes e grutas e passam a maior parte do tempo a se pentear com pentes de ouro. São bondosas como os que as ajudam, mas rancorosas e vingativas com os que invadem seus domínios.
Também são encontradas a lavar roupa. Enquanto esperam que a roupa seque, dedicam-se a cantar e dançar. Outras vezes, são vistas fiando e todos os seus instrumentos, tesouras, fuso e roca são de ouro, assim como as meadas com as quais trabalham. Estendem os fios à luz da lua para que o primeiro raio de sol os converta em ouro.
Às vezes, as xanas trocam os bebês de alguma mãe por um de seus xanines ou xaninas (janines, em castelhano) para que este ou esta receba o batismo e seja amamentado por sua mãe adotiva.
Os nomes de xácia ou sácia são também conhecidos na Galiza para designar o mesmo tipo de entidade. Segundo uma lenda da Ribeira Sacra, curso d´água perto de Monforte de Lemos, um pescador encontrou uma xácia, bela e formosíssima e esta lhe disse que, se a batizasse, ela se desencantaria e se casaria com ele. O casamento realizou-se, mas a xácia acabou por aborrecer-se, abandonou o marido e voltou às profundidades do rio, onde seus parentes a despedaçaram por ter-se feito cristã.
Também se encontra, em Portugal e Galiza, o nome de xaira. Há, perto de Bragança, Portugal, uma localidade chamada Curriça (estábulo) das Xairas. Talvez uma variante do nome árabe Zaira (Zahirah, rosa), relacionado a uma obscura santa espanhola ou às "mouras encantadas" do folclore português.
Uma variante do nome - ljanas - é dado no vale de Aras, leste da Cantábria (outra região do norte da Espanha) a um ser um tanto diferente: duendes femininas travessas e glutonas, que andam nuas, têm um peito enorme que jogam sobre o ombro direito e entram nas casas para roubar comida e nos apiários para roubar mel. Uma lenda conta que o cura de San Pantaleón quis acabar com elas ateando fogo às grutas onde viviam e elas se vingaram incendiando o povoado, a começar pela casa do vigário.
Meio confundidas com anjos, as janas tornaram-se anjanas na Cantábria, onde uma variante da lenda assegura que são enviadas por Deus para realizar boas obras e que, depois de 400 anos, vão-se embora para não mais voltar. As anjanas foram celebrizadas pelo escritor espanhol Manuel Llano em Mitos y Leyendas de Cantabria. Nessa obra são descritas como tendo a aparência de mulheres jovens e belas, de pequena estatura, olhar amoroso e voz doce. Vestem uma túnica branca com uma capa azul, costumam usar coroas de flores e carregam uma varinha mágica que brilha com uma cor diferente a cada dia da semana, indicando as diferentes magias que podem realizar nesses dias. Lutam com seus inimigos, os ojáncanos ou ojancos (literalmente, "olhões"), ciclopes peludos que são os bichos-papões da Cantábria.
Vivem nos riachos, fontes e mananciais, conversam com as águas e os pássaros, passeiam pelos bosques, ajudam animais feridos e árvores partidas. Às vezes, também ajudam amantes, pessoas perdidas na floresta e sofredores em geral. A seguinte parlenda da Cantábria serve para pedir proteção às anjanas e encontrar objetos e animais perdidos:
Anjanuca, anjanuca,
güena y floría,
lucero de alegría,
¿ónde está la mi vacuna?
Esta outra serve para encontrar o caminho que se perdeu:
Anjana blanca,
ten piedad de mi.
Guiame por la oscuridad y la niebla.
Líbrame de los peligros y de los malos pensamientos.
Na festa da primavera, se reúnem à meia-noite para dançar nas brenhas e espalhar pétalas de flores que dão sorte a quem as encontrar. Disfarçadas de velhas, as anjanas também testam a caridade do povo e distribuem presentes e castigos segundo seu mérito.
Na Sardenha, também existe a lenda das janas - ou ianas, na grafia italiana. As labirínticas sepulturas cavadas nas rochas pelos povos pré-históricos que viveram na ilha antes da conquista romana são conhecidas no folclore local como domus de janas, ou seja, casas de janas.
Nas florestas do Norte da Itália, fala-se das giane como seres solitários que se vestem com roupas antigas e usam chapéus pontudos. Carregam em suas bolsas uma pequena roda de fiar que podem usar para ver o futuro. São peritos em tecer encantos rodando essas rocas. Não fazem feitiços para os humanos, mas os ensinam a fazê-los.
BY: Fantastipedia
Foto retirada da internet.
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